sábado, 16 de agosto de 2014

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 BOM DIA GAROTAS DE TODO BRASIL
20/05/2011 - 03h39

Babás com mobilidade social ascendem para a classe média brasileira

Alexei Barrionuevo
Em São Paulo
Em uma década trabalhando como babá, Andreia Soares finalmente subiu a escada social para a classe média do Brasil.
 
Com o dinheiro que ela poupou, ela comprou um apartamento de dois quartos com cozinha com bancadas de granito e uma pequena varanda, uma casa para sua mãe, um terreno para seu irmão, e uma bolsa Louis Vuitton de Paris, que ela tira orgulhosamente de um armário.
 
No final deste ano, com seu salário mensal de R$ 5.000, que ela ganha cuidando de uma menina de 10 meses em um bairro nobre, ela planeja comprar um carro de R$ 62 mil –em dinheiro.
 
“Eu sempre tive esse sonho de comprar uma casa e um carro”, disse Andreia, 39 anos. “Hoje, esse sonho está mais próximo do que nunca para as babás.”
 
Apesar de ter se saído melhor do que muitos de seus pares, Andreia faz parte de uma revolução que está fazendo em pedaços o estereótipo colonial de ajuda doméstica dedicada, mas barata, na América Latina.
 
À medida que crescem suas expectativas de uma melhor qualidade de vida, as babás estão cada vez mais buscando trabalhar para os muito ricos e se tornando menos acessíveis para as muitas famílias de classe média. A mudança está provocando ondas de tensão de classe, representando um problema incômodo em uma sociedade em mais mulheres estão entrando na força de trabalho, mas sem o tipo de sistema elaborado de creches existente em alguns países industrializados.
 
Os tempos em que babás de uniforme branco trabalhavam por salário servil, com apenas dois dias de folga a cada 15 dias, estão chegando ao fim. Babás com melhor qualificação se recusam a trabalhar nos fins de semana e exigem salários que são duas a quatro vezes maiores do que recebiam há apenas cinco anos. Um crescente número se recusa a dormir na casa dos patrões ou está deixando a área, optando por empregos que permitem mais tempo para a vida particular, segundo pais, babás e diretores de agências especializadas.
 
A renda dos empregados domésticos no Brasil, incluindo babás e empregadas, cresceu 34% de 2003 a 2009 –mais do que o dobro do aumento médio para todos os trabalhadores do Brasil– disse Marcelo Neri, um economista da Fundação Getúlio Vargas. Ao mesmo tempo, ele disse, a carga horária dos trabalhadores domésticos caiu 5%, para 36,2 horas por semana.
 
“Hoje, o que eu espero de um emprego de babá é diferente do que antes”, disse Ieda Barreto, 32 anos. Há sete anos, ela ganhava cerca de aproximadamente R$ 600 por mês, com folga apenas às quintas, o que dificultava manter um relacionamento com um namorado. Hoje ela espera ganhar quase R$ 3 mil trabalhando de segunda a sexta, e cobra R$ 400 adicionais para trabalhar nos fins de semana.
 
“Eu estou à procura de qualidade de vida”, disse Ieda. “Eu me valorizo muito mais do que antes.”
 
O aumento das expectativas reflete o crescimento da classe média brasileira, que cresceu para quase 55% da população em 2010, em comparação a 37% em 2003, disse Neri.
 
Hoje, “o Brasil está se tornando como os Estados Unidos”, onde empregos domésticos que recebem por hora são mais comuns do que babás que dormem na casa dos patrões, disse Jacqueline Szwarc, uma psicóloga que estava pegando seus filhos em frente a uma escola particular em São Paulo. “Os salários subiram muito e a procura por ajuda doméstica se tornou muito difícil.”
 
A oferta de babás encolheu à medida que algumas passaram a procurar emprego no mercado de trabalho em expansão, provocando uma alta dos salários daquelas que permaneceram no campo, disseram economistas, babás e diretores de agências especializadas. Muitas das babás restantes passaram a fazer cursos para se tornarem melhor qualificadas e para ajudá-las a encontrar trabalho em lares mais ricos, onde podem cobrar muito mais.
 
Enquanto algumas mães consideram as mudanças como boas para o desenvolvimento do Brasil, muitas estão revoltadas. Antes isoladas, as babás agora trocam informações a respeito do mercado e condições de trabalho por e-mail, blogs e redes sociais.
 
“É uma máfia”, disse Jacqueline, 44 anos, acrescentando que ela tem sorte em manter a mesma babá há 10 anos.
 
Há seis anos, Evanice dos Santos, uma ex-babá que virou blogueira, não tinha acesso à Internet e encontrava outras babás em um clube em São Paulo, do qual seus empregadores eram sócios. Agora casada, ela se dedica a ajudar online amigas babás “a encontrarem um melhor caminho” para ganharem mais dinheiro e terem um horário de trabalho melhor.
 
Algumas babás bem remuneradas em São Paulo já contratam babás para seus filhos. Andreia disse que amigas babás que ganham mais de R$ 7 mil por mês estavam pagando babás com menor qualificação por pouco mais de R$ 1.400 por mês para cuidarem de seus filhos.
 
Como um crescente número de pais, Rafaella Toledo trouxe sua babá do Paraguai, e pais disseram que babás do Peru também estão chegando a São Paulo. “A situação é terrível”, disse Rafaella. “Agora que estou grávida, eu terei que procurar por alguém que não seja babá, porque as babás acham que estão em outro nível agora.”
 
Michelle Tchernobilsky, 29 anos, mudou de babá umas 10 vezes no último ano, em busca de alguém com preço acessível, mas qualificada o suficiente para cuidar de seu filho de 10 meses. Cortar a babá de suas despesas mensais não é uma opção para Michelle, uma gerente de relações públicas, assim como também não é pagar um salário que ela considera exorbitante. “Nós somos reféns”, ela disse.
 
Marilia Toledo, a proprietária da agência de babás Masa, disse que o mercado em São Paulo, a maior cidade da América do Sul, se transformou em uma “guerra” entre babás exigentes e pais tentando conter a inflação das babás. “As coisas estão mudando rápido demais e de forma abrupta”, disse Marilia, que é dona da agência há 20 anos. “Ninguém estava preparado para isso.”
 
Entre os principais pedidos que ela recebe, ela diz, está o de uma babá que nunca trabalhou em São Paulo, porque elas são “mais humildes”.
 
Marilia e alguns economistas estão céticos a respeito de quanto tempo a revolução conseguirá durar. Neri disse que os brasileiros ainda têm níveis baixos de escolaridade: em média sete anos de estudo para adultos com mais de 25 anos. Rodrigo Constantino, um economista da Graphus Capital, disse que a falta de investimento em educação no Brasil impedirá muitos trabalhadores domésticos de encontrarem trabalho mais bem remunerado, e exigências salariais incessantes podem provocar mais inflação.
 
“O Brasil está montado nesta onda e cada classe está subindo a escada”, disse Constantino. “O problema que eu vejo é como isso será sustentável.”
 
Ainda assim, babás como Andreia estão investindo em si mesmas. Tudo começou há nove anos, quando ela fez um curso de enfermagem. Dois anos depois ela fez um curso especializado de babá. No ano que vem ela planeja fazer um curso de inglês.
 
“As pessoas em nosso campo estão começando a obter mais qualificações e estão procurando por famílias com mais dinheiro para pagá-las”, disse Andreia. “Por causa disso, muitas mulheres estão perdendo suas babás.”
 
Após dois anos trabalhando como babá em Nova York, ela foi parar no ano passado na casa de Fernanda Parodi, uma advogada casada com um presidente-executivo em São Paulo. Fernanda disse que não tem queixas a respeito do salário de Andreia, apesar de aconselhá-la a comprar um carro mais barato.
 
“Eu não quero que ela vá embora”, disse Fernanda, 38 anos, que está considerando promovê-la a assistente pessoal.
 
Onde algumas mães veem uma revolução debilitante, ela vê progresso social.
 
“Se o Brasil deseja deixar de ser um país de terceiro mundo, então é preciso permitir que todos participem do crescimento”, disse Fernanda. “É o preço que se paga pelo progresso.”
 
Myrna Domit contribuiu com reportagem.

sábado, 9 de agosto de 2014

           BOM DIAAAAAAA MENINAS... VOLTEI E AGORA É PRA VALER!!!


  Veja o que muda com a nova lei dos trabalhadores domésticos

Dos 16 novos direitos, sete entraram em vigor com a publicação do texto da emenda no dia dois de abril. Confira o que já está valendo e o que ainda precisa de regulamentação..
05/05/2013 | 00:06

Remuneração e contribuições

Salário Mínimo
O valor pode variar de estado para estado, mas não deve ser inferior ao mínimo nacional (R$ 678). No Paraná, vale o piso regional que atualmente é de R$ 914,82. Direito mantido e sem alterações.
13° salário
Equivale a um salário mensal e deve ser pago em duas parcelas até o dia 20 de dezembro. Direito mantido e sem alterações.
INSS
O empregador recolhe 12% sobre o salário bruto e o empregado tem 8% descontado do seu salário. O imposto incide também sobre o 13° salário, férias e adicional de férias. Direito mantido e sem alterações.

Pendências

O governo estudou reduzir de 12% para 8% o percentual pago pelo empregador. A redução não foi adotada porque elevaria o déficit nas contas públicas
FGTS

Antes da emenda

O recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) era opcional para o empregador doméstico.

Depois da emenda (2 de abril)

A nova lei tornou obrigatório o recolhimento do FGTS por parte do empregador doméstico. A alíquota é de 8% sobre o salário bruto.

Pendências

Ainda é necessário definir o modelo de pagamento do FGTS. Há consultores que recomendam que o recolhimento seja feito desde já.

Horários

Jornada de trabalho

Antes da emenda

O horário de trabalho era acordado diretamente entre empregador e empregado.

Depois da emenda (2 de abril)

A jornada de trabalho deverá ser de 8 horas diárias e 44 horas semanais, com 4 horas de trabalho aos sábados. A lei permite a compensação das horas do sábado durante a semana.

Pendências

Congresso estuda projeto de lei que estabelece uma jornada mais flexível para cuidadores de idosos e babás. Esses profissionais costumam fazer jornadas de 12 horas, com descanso de 24.
Intervalos

Antes da emenda

Não havia definição sobre a obrigatoriedade do intervalo antes da nova lei, ficando a critério do empregador e do empregado.

Depois da emenda (2 de abril)

Quem trabalha 8 horas por dia deve fazer um intervalo de no mínimo de 1 hora e no máximo 2. Para jornadas de até 6 horas a pausa deve ser de 15 minutos.

Pendências

Intervalos menores do que os estipulados pela nova lei devem ser aprovados por convenções ou acordos coletivos de trabalho. Atualmente, o Ministério do Trabalho aconselha que o empregador conceda o intervalo regulamentado, mesmo que o funcionário queira dispensá-lo.
Hora extra

Antes da emenda

Sem jornada de trabalho estabelecida, não havia definição sobre o pagamento de horas adicionais.

Depois da emenda (2 de abril)

Todo período de trabalho que exceder 8 horas diárias deve ser remunerado com hora extra, com adicional de 50% sobre o valor da hora normal. Contando as horas extras, a jornada diária não deve ultrapassar 10 horas.

Pendências

Para funcionários que trabalham 30 horas semanais, a hora extra passa a contar a partir da 30ª hora trabalhada e não da 44ª.

Benefícios

Adicional noturno

Antes da emenda

Empregados domésticos não tinham esse direito contemplado em lei.

Depois da emenda (2 de abril)

Funcionários que trabalham entre 22h e 5h passam a receber um acréscimo de 20% sobre a hora trabalhada. A hora noturna tem a duração de 52min30seg.

Pendências

Ainda precisa de definição nas situações de empregados domésticos que dormem no trabalho.
Auxílio pré-escola

Antes da emenda

Empregados domésticos não tinham esse direito contemplado em lei.

Depois da emenda (2 de abril)

Empregados domésticos passam a ter direito a auxílio creche e pré-escola para filhos de até cinco anos.

Pendências

Não está definido se o empregador deverá arcar com os custos. Consultores dizem que é possível que o governo assuma a despesa para não inviabilizar a contratação.
Salário família

Antes da emenda

Empregados domésticos não tinham esse direito garantido em lei.

Depois da emenda (2 de abril)

Benefício previdenciário para auxílio no sustento de filhos de até 14 anos ou inválidos de qualquer idade.

Pendências

Válido para trabalhadores com ganhos até R$ 971,78. Ainda precisa da definição da Previdência Social.
Seguro contra acidentes de trabalho

Antes da emenda

Empregados domésticos não tinham esse direito garantido em lei.

Depois da emenda (2 de abril)

Trabalhador terá assistência em caso de acidentes ocorridos durante sua jornada de trabalho.

Pendências

Regulamentação vai definir a aplicação de medidas de segurança no trabalho.
Indenização por demissão sem justa causa

Antes da emenda

Empregados domésticos não tinham direito à multa de 40% do FGTS em casos de demissão sem justa causa.

Depois da emenda (2 de abril)

Ao se comprovar demissão sem justa causa, o empregado recebe uma indenização por parte do empregador.

Pendências

É necessário definir o valor da indenização. Uma proposta defende que a multa sobre o FGTS seja reduzida de 40% para 10% e 5% para os empregados domésticos.

Demissão

Aviso prévio
Quando uma das partes deseja rescindir o contrato, deverá comunicar à outra com antecedência mínima de 30 dias. Caso isso não ocorra, o responsável por não cumprir o acordo precisa indenizar a outra parte. Direito mantido e sem alterações.
Seguro desemprego

Antes da emenda

Empregados domésticos não tinham esse direito garantido em lei.

Depois da emenda (2 de abril)

Para receber o seguro desemprego é necessário que o empregador tenha recolhido o FGTS durante no mínimo 15 meses.

Pendências

Empregados domésticos passarão a receber o seguro desemprego em cinco parcelas. Falta regulamentação da regra pelo Ministério do Trabalho.

Historia verídica

No prédio onde eu trabalhava a algum tempo atrás, foi morar uma senhora, ela era bonita, elegante, e tinha uma filha de aproximadamente 6 an...